A Engie Brasil Energias (EGIE3) divulgou ao mercado na noite de ontem (25/06/2020) seus resultados referente ao 1º trimestre de 2020. Seguem principais destaques apontados pelo RI.
Destaques Operacionais e Financeiros:
- A ENGIE Brasil Energia (EBE) encerrou o 1T20 com R$ 4,2 bilhões em caixa, representando aproximadamente 40% da receita líquida do ano de 2019.
- A EBE registrou receita operacional líquida de R$ 2.594,6 milhões no primeiro trimestre de 2020 (1T20), 10,9% (R$ 255,8 milhões) acima do montante apurado no 1T19.
- O Ebitda registrado no 1T20 foi de R$ 1.331,9 milhões, aumento de 9,8% (R$ 119,1 milhões) em comparação ao 1T19. A margem Ebitda foi de 51,3% no 1T20, redução de 0,6 p.p. em relação ao 1T19.
- O lucro líquido foi de R$ 512,0 milhões (R$ 0,6270/ação) no 1T20, valor 9,5% (R$ 53,5 milhões) abaixo do alcançado no 1T19.
- O preço médio dos contratos de venda de energia, líquido dos tributos sobre a receita e das operações de trading, foi de R$ 192,17/MWh no 1T20, valor 2,2% superior ao registrado no 1T19.
- A quantidade de energia vendida no 1T20, sem considerar as operações de trading, foi de 9.473 GWh (4.337 MW médios), volume 3,5% superior ao comercializado no 1T19.
- Foram aplicadas diversas ações para enfrentar os efeitos da pandemia da Covid-19. Dentre elas: instalação de um Comitê de Crise, trabalho em home office, aquisição de testes rápidos, doações às comunidades onde está presente. Para a preservação de seu caixa buscou a captação de novos recursos, rolagem de dívidas, adoção do stand-still do BNDES para certas subsidiárias, redução do payout de 2019, negociação com clientes etc.
- Em 3 de março de 2020, foi concluída a operação de aquisição da totalidade das ações da Sterlite Novo Estado Energia S.A. O valor total da aquisição é de até R$ 410,0 milhões, sujeito ao cumprimento de determinadas condições previstas em contrato.
- Com a evolução da Covid-19, a administração da Companhia reavaliou a proposta de dividendos complementares ao exercício findo em 31 de dezembro de 2019 e propôs a retenção do valor de R$ 949,7 milhões (R$ 1,1640/ação), no intuito de preservar o caixa da Companhia para fazer frente à pandemia, o que foi aprovado pela Assembleia Geral Ordinária (AGO). Com isso o payout de 2019 atingiu 56,8%.
- Foram assinados, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), contratos de financiamento destinados à implantação do Conjunto Eólico Campo Largo - Fase II e do Sistema de Transmissão Gralha Azul, no valor total de R$ 2.724,0 milhões.
Fonte: RI Engie.
Considero pertinente destacar dois pontos do resultado: lucro líquido e dívida líquida.
- Razões para o decréscimo no lucro líquido: (i) aumento de R$ 178,2 milhões
das despesas financeiras líquidas; (ii) aumento de R$ 119,1 milhões no Ebitda; (iii)
acréscimo de R$ 44,1 milhões da depreciação e amortização; (iv) decréscimo de R$
44,8 milhões do imposto de renda e da contribuição social; e (v) reconhecimento no
1T19 de impairment de ativos no valor de R$ 4,9 milhões.
- Razões para o aumento da dívida: (i) emissão de debêntures no valor de R$ 499,1 milhões, com a finalidade de formação de capital de giro para financiar a
implementação dos projetos de transmissão; (ii) captação de empréstimo, via operação 4131, no montante de R$ 633,2 milhões
junto a instituição financeira situada no exterior, totalmente protegido por operação de swap, destinados à proteção dos fluxos
de caixa futuros; (iii) geração de R$ 301,4 milhões em encargos incorridos a serem pagos e variação monetária; e (iv) R$ 191,9
milhões em amortizações de empréstimos e financiamentos.
Apesar desses resultados, sigo tranquilo como acionista por basicamente dois motivos: (i) após conclusão de investimentos em transmissão, energia eólica e sinergia com resultados da TAG, a receita operacional da empresa tende a aumentar e (ii) o aumento da dívida é justificada pelos investimentos em expansão que a empresa vem fazendo, cujo perfil de dívida é voltada para o longo prazo e a empresa possui expertise suficiente para suportar esses financiamentos pois gera muito caixa.
Fonte: RI Engie.
Conclusão
A partir de 2023 teremos real noção de qual será o incremento nas receitas oriundos dos investimentos em transmissão e energia solar. Somado ao histórico de eficiência operacional já demonstrado pela empresa, isso me deixa otimista como acionista, afinal, a tendência é que ocorra um aumento nos lucros da empresa à medida que os projetos forem sendo consolidados.
Para quem ainda não conhece a empresa, pode verificar meu post Aporte EGIE3 onde destaco o racional que me levou em inserir a EGIE3 em minha carteira. Recomendo também que visite o site de relações com investidores da mesma, onde você poderá conferir tudo bem detalhado.
Apesar de ser uma empresa de geração, a mesma está buscando diversificar suas receitas, além de expandir a própria base geradora, isso revela que a empresa "não está parada" apenas distribuindo dividendos, como fazem muitos analistas ao falar sobre empresas de energia elétrica.
Por fim, falando sobre dividendos, a empresa reduziu seu payout, retendo quase R$ 1 B como forma de fazer caixa frente essa pandemia. Considero uma medida importante e do mesmo modo que me refiro às empresas do setor bancário: não vamos esperar dividendos gordos nesse ano, o foco é aumentar posições nas boas empresas feito a EGIE3.
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6 Comentários
Essa vai muito longe ainda.
ResponderExcluirÓtima gestão. Uma das maiores participações da Carteira Zé Batalha.
Bacana seu blog. Vai entrar agora no meu blogroll.
Abraço.
Boa noite, Zé Batalha, desculpa pela demora na resposta.
ExcluirSeja bem-vindo amigo, estarei inserindo seu blog em minha lista também.
Um abraço e vamo que vamo!
Muito boa análise, é uma das minhas empresa em carteira =)
ResponderExcluirValeu EI, EGIE3 é uma excelente opção pra compor qualquer tipo de carteira, empresa high quality =)
ExcluirExcelente CD!
ResponderExcluirVc não pensa em adicionar FIIs à sua carteira?
Eu imagino que boas ações podem pagar dividendos ate maiores que FIIs se o investidor tiver paciência e esperar um pouco
Seja bem-vindo Anônimo e obrigado pela participação.
ExcluirPenso sim em acrescentar FIIs, mas antes pretendo montar uma base sólida de empresas de setores perenes.
Ações costumam pagar mais, entretanto o ponto a favor dos FIIS é o fluxo mensal de renda, de todo modo acredito que ambas se complementam numa estratégia de auferir renda passiva.
Abraço.
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