Fala, amigos investidores!

Em meio à esse surto do Coronavírus, diversos sentimentos no mercado financeiro quanto em nosso cotidiano se misturam: medo, ganância, precaução e etc.

Esse mix de emoções reflete diretamente no desempenho das ações. Prova disso é que, ocorreu 4 Circuit Break na última semana. Circuit Break é um mecanismo adotado pelas Bolsas de Valores para tentar amenizar as quedas, onde o mesmo é acionado quando ocorrem quedas no índice acima de 10% e as negociações são interrompidas por, pelo menos, 30 minutos. A grosso modo, é como se desligassem um disjuntor com o intuito de acalmar os ânimos dos investidores.

Hoje pela manhã, inclusive, aconteceu outro Circuit Break, então diante dessas quedas sucessivas e do avanço do Coronavírus, surge uma dúvida cruel: aproveitar essas quedas para comprar mais ações utilizando a reserva de emergência (sim, tem investidor por aí cogitando isso) ou manter o dinheiro líquido se precavendo de um apocalipse zumbi?

De um lado, temos os investidores ávidos por aproveitar a promoção, afinal, diversas ações de boas empresas já acumulam quedas superiores à 30%, inclusive empresas que compõe minha carteira pessoal. 

Em contrapartida, temos os investidores mais contidos, que estão ainda dimensionando o impacto do Coronavírus em sua realidade. Essa pandemia pode acarretar muitos problemas de ordem econômica ao país, indo além da saúde pública. Diversas atividades comerciais, empresas, indústrias, eventos esportivos e culturais estão sendo cancelados. Além disso, pode ocorrer escassez de alimentos devido inconvenientes logísticos, provocando inflação de diversos produtos.

Nesse contexto, imagina você, um autônomo, estando impossibilitado de sair de casa para vender seus produtos/serviços por tempo indeterminado, correndo o risco de ficar sem renda, quão precioso seria ter uma reserva de liquidez intacta?

Ou mesmo um CLT, com as atividades suspensas e descontando os dias ociosos em seu contra-cheque e até mesmo sendo demitido, qual seria o impacto em seu orçamento doméstico, você conseguiria suprir isso por quanto tempo?

Agora, imagina um servidor público, com as atividades laborais suspensas, entretanto com seu salário mantido de modo integral, valeria a pena usar suas reservas pra aumentar sua posição em Renda Variável?

Enfim, o motivo desse post foi provocar o leitor sobre essas questões: até que ponto vale sua ganância ou sua aversão ao risco nesse momento atual?

Confesso que fico tentado em retirar uma parte da minha reserva de emergência vendo tantas empresas boas com ótimos preços, porém como dizia minha avó: "Prudência e canja de galinha não faz mal à ninguém". Vou seguir minha estratégia de aportar mensalmente, não vender minhas ações e já pensando num plano de formatação de uma "Reserva de Oportunidades" para capturar outros movimentos feito esse, no futuro.

Para quem tem uma boa reserva de emergência e um percentual para oportunidades, eu recomendaria utilizar uma parte para comprar ações que você já tem em carteira ou até mesmo aquelas ações que sempre estiveram no seu radar, porém se encontravam pouco atrativas em termos de preço.

Já para quem possui somente a reserva de emergência, sugiro ponderar bastante sua realidade, ou seja, orçamento doméstico, tamanho da reserva e por quantos meses conseguiria sobreviver, capacidade de comprar alta quantidade de mantimentos/medicamentos/higiene pessoal e estocar até passar esse surto.

Eu já vejo itens como álcool em gel sumindo das prateleiras dos supermercados e com preço inflacionado. Enfim, muitos consideram essa pandemia apenas histeria, que o vírus não irá se propagar aqui em virtude do nosso clima e etc, mas como sou leigo na área médica e sobretudo cético por natureza, prefiro aguardar o desenrolar disso tudo.

E você, caro leitor, como está se comportando nesse período conturbado? Usou sua reserva ou manteve intacta? Acredita que essa pandemia vai se disseminar em nosso país e gerar uma catástrofe?