Este é o tipo de postagem do assunto que mais me fascina no mercado de capitais: dividendos. E no que tange a rentabilidade do investimento em ações, acompanhar a evolução dos dividendos de modo trimestral/anual é a métrica mais importante, em minha modesta concepção, na avaliação de uma carteira previdênciária.

Pois bem, iniciaremos avaliando os dividendos do 1T2020 e 1T2021, bem como o valor pago pelas ações que tenho em carteira:


No primeiro trimestre de 2020 (início da caminhada), recebi dividendos apenas de ITUB3 e BBSE3 pois eram as únicas empresas da minha carteira. Recomendo acessarem meu histórico de aportes para entender melhor a cronologia dos dividendos.


Houve uma ligeira queda nos dividendos, especialmente por conta da pandemia e sobretudo pela limitação dos bancos na distribuição de dividendos.


Percebam como Itaú (ITUB3) e BB Seguridade (BBSE3) reduziram seus dividendos. Embora eu tenha recebido dividendos do Bradesco (BBDC3) e Engie (EGIE3) ainda assim não foi suficiente para superar o 1T2020.

Assim sendo, no comparativo 1T2020 X 1T2021 os dividendos tiveram um decréscimo da ordem de -8,66%. Sinceramente, até achei o valor pouco significativo, visto todos os desdobramentos da pandemia. 



Avançando para o 2T2021, continuei recebendo os proventos mensais de ITUB3, comecei a receber meus primeiros proventos de BBDC3 (notem que em Junho teve um aumento de 0,03  centavos, fruto de uma bonificação feita pelo banco onde ganhei 2 novas ações) e em Maio recebi meu primeiro dividendo da querida Taesa (TAEE3).


Já no segundo trimestre desse ano, a "porra começou a ficar séria". TAEE3 apelou e distribuiu um caminhão de dividendos e com isso em Maio bati meu recorde mensal em proventos. Continuei recebendo proventos mensais de ITUB3 e BBDC3 (notem novamente que o dividendo aumentou 0,06 centavos fruto de outra bonificação onde ganhei 5 novas ações). Recebi também dividendos da Copasa (CSMG3) que já não faz mais parte da minha carteira, uns pingados de EGIE3 além de dividendos das elétricas CPLE6 e TRPL4 e, finalmente, dividendos da SAPR4.


Quando usei a expressão "a porra ficou séria" é porque meus dividendos aumentaram incríveis 602,45% comparado com o mesmo período do ano passado. Percebam o poder do investimento mensal e reinvestimento dos dividendos. 


Obviamente que os dividendos da TAEE3 contribuíram significativamente para esse resultado, contudo esse tipo de evento é que torna a Renda Variável tão incrível, afinal, ninguém pode prever qual será seu retorno, mas o investidor (ao contrário do especulador) na condição de sócio sabe que será remunerado através da distribuição de lucros das empresas aos seus acionistas. 

Agora, uma observação importante: Percebam as datas de pagamento de dividendos das empresas, bancos (ITUB3 e BBDC3) pagam um pingado mensal e distribuem um dividendo mais generoso em algum mês do ano. Elétricas costumam pagar de modo trimestral, SAPR4 costuma pagar o dividendo apenas uma vez ao ano, BBSE3 paga de modo semestral. Nesse sentido, reconhecendo esses padrões você é capaz de montar uma carteira previdenciária que te gera uma renda mensal, conceito fortemente empregado pelo Barsi e que estou seguindo desde o início. 

Por fim, vamos comparar os dividendos recebidos em todo 2020 com os dividendos recebidos até o momento em 2021.


Em apenas 1 semestre superei todo o montante de dividendos recebidos em 2020. Esse é o famoso efeito "bola de neve" no investimento em ações com foco em dividendos. Aportes + dividendos + reinvestimento + paciência é a equação que rege minha tese de investimentos. A caminhada ainda é insipiente, porém vejo que estou no caminho certo.

Para finalizar, a mensagem que quero deixar aqui é a seguinte: ações são como sementes que precisam de tempo para gerarem seus frutos e quanto mais sementes você planta, maior será a colheita.