Saudações, amigos investidores!
Outro mês se passou e cá estamos nós para o ritual mais aguardado pelo investidor, ao menos para mim, que é o aporte mensal.
Confesso que neste mês foi difícil tomar uma decisão de investimento, dado que todas as ações da minha carteira estão em queda e segurei a tentação de não aportar no Banco Bradesco que no momento representava uma variação negativa acima de 30% e era minha menor posição da carteira.
Acabei optando por não seguir a velha máxima de comprar e baixar o preço médio (PM) por basicamente 3 razões:
- Várias empresas que eu já estudei para me tornar sócio estão, neste momento, bastante atrativas para aportar;
- Esse é o momento ideal para diversificar a carteira ao invés de concentrar, indo de encontro ao motivo primeiro;
- Acredito que as ações que já compõe minha carteira continuarão em viés de baixa nos próximos meses devido a pandemia, então certamente terei a oportunidade de aportar nelas futuramente e baixar meu PM.
Um ponto importante a se destacar é o fato da Taesa possuir 3 classes de ações no mercado representado pelos seguintes códigos:
- ON (TAEE3): Ação Ordinária, com direito à voto;
- PN (TAEE4) : Ação Preferencial, sem direito ao voto porém com prioridade no recebimento dos dividendos;
- UNIT (TAEE11): Ação composta por 2 ações PN e 1 ON;
Particularmente, prefiro ações ON. Entretanto, quando a ação de alguma empresa não possuir liquidez poderei comprar a ação PN (não deixarei de investir numa boa empresa por conta disso).
Mesmo a ação ON da Taesa tendo baixa liquidez, consegui comprar a ação sem problemas, minha ordem de compra foi executada em menos de 2 minutos. Assim, pude quebrar um paradigma de muitos "gurus" do mercado que recomendam comprar a UNIT por ter maior liquidez, ora, meu capital é baixo, não sou nenhum gestor de fundo que por ter posições grandes na casa de milhões, necessitam de liquidez. Portanto, para o pequeno investidor pessoa física, que aporta mensalmente uma fatia do seu salário, acredito que a ON atende perfeitamente o objetivo que é se posicionar na empresa e manter as ações na sua carteira.
Um aspecto que reforça minha preferência pela ação ON é o fato de não existir diferença percentual entre os dividendos distribuídos para o acionista que tiver a ação ON ou PN, ou seja, o dividendo distribuído é o mesmo.
TAESA: Um pouco mais sobre a empresa e motivos para investir
A Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. – TAESA – é um dos maiores grupos privados de transmissão de energia elétrica do Brasil em termos de Receita Anual Permitida (RAP). A empresa é exclusivamente dedicada à construção, operação e manutenção de ativos de transmissão, com 10.980 km de linhas em operação e 2.599 km de linhas em construção, totalizando 13.579 km de extensão e 97 subestações. Além disso, possui ativos em operação com nível de tensão entre 230 e 525kV, presença em todas as 5 Regiões do país (18 Estados e o Distrito Federal) e um Centro de Operação e Controle localizado em Brasília. Atualmente a TAESA detém 39 concessões de transmissão: (i) 10 concessões que compõem a empresa holding (TSN, Novatrans, ETEO, GTESA, PATESA, Munirah, NTE, STE, ATE e ATE II); (ii) 10 investidas integrais (Brasnorte, ATE III, São Gotardo, Mariana, Miracema, Janaúba, Sant’Ana, São João, São Pedro e Lagoa Nova); e (iii) 19 participações (ETAU, Transmineiras e os Grupos AIE e TBE).
Fonte: RI Taesa, Apresentação Institucional Fev/20
A Taesa está inserida no segmento de Transmissão que é considerado o "filé mignon" do setor elétrico brasileiro.
Fonte: RI Taesa, Apresentação Institucional Fev/20
Alguns fatores decisivos que sustentam a posição de vanguarda do setor de transmissão entre os investidores de longo prazo:
Fonte: RI Taesa, Apresentação Institucional Fev/20
- Boa escalabilidade representado pelo seu Market Share e alta rentabilidade.
- Forte geração de caixa
Por ter renda garantida e ajustada pela inflação através da RAP, a Taesa gera muita caixa e a medida que novas concessões são implementadas sua RAP aumenta, otimizando ainda mais sua rentabilidade.
- Payout alto e histórico consistente na distribuição de dividendos
A Taesa é uma verdadeira "vaca leiteira", ou seja, notória distribuidora de bons dividendos, sendo indispensável para compor uma carteira de ações com foco em dividendos.
- Concessões longas
Boa parte das concessões da Taesa vencem em 2043, ou seja, o acionista poderá auferir renda passiva e previsível ao longo dos anos de acumulação e também durante o período de fruição (empresa sempre atenta aos novos leilões de concessão), ou seja, no momento que irá usar seus dividendos para pagar suas contas e sustentar seu padrão de vida.
Aspectos negativos
Como nem tudo são flores, a empresa possui alguns pontos que o investidor precisa se ater antes de investir, são eles:
- Governança Coorporativa: um dos sócios majoritários da Taesa é a Cemig, que por sua vez é controlada pelo Estado de Minas Gerais. Ou seja, a empresa está sujeita a interferência do Estado em suas decisões. Portanto, para quem não se incomoda com esse fato, a Taesa é uma excelente empresa para se ter em carteira, caso contrário, melhor ficar de fora.
- Dívida: a maioria das elétricas trabalham alavancadas pois necessitam de capital para financiar os leilões de concessão. Geralmente as empresas recorrem à empréstimos, além de emitir bonds ou debêntures para financiar seus projetos. Nesse sentido, é importante conhecer o perfil de dívida da empresa, ou seja, o prazo para pagamento (costuma ser de longo prazo) e se é indexada ao CDI ou IPCA. Particularmente me sinto confortável, pois a dívida da Taesa é controlada e sua forte geração de caixa permite que seja paga ao longo do tempo.
Conclusão
A escolha pela Taesa segue algumas premissas que considero essenciais numa empresa - setor perene, receitas diversificadas, robustez e forte geração de caixa, regularidade na distribuição de dividendos e etc.
Além disso, num momento de incertezas como esse, a presença de empresas com esse perfil em sua carteira é essencial. Além de ser uma empresa defensiva, cuja cotação não oscila tanto, a Taesa por ter receitas previsíveis dificilmente vai cessar a distribuição de dividendos, o que é muito importante para minha estratégia que visa um fluxo de proventos de forma contínua e periódica.
Por fim, trouxe alguns pontos de análise da empresa que considero importante e tentei ser sucinto ao máximo para não ficar tão extenso a postagem, então aos leitores que se interessaram pela empresa, sugiro que visitem a página de relações com investidores para estudar e entender melhor o perfil da empresa antes de concretizar o investimento.
Resumo do Aporte Mai/2020:
Ação: TAEE3
Preço da ação: R$ 8,91
Quantidade de ações: 58
Valor Investido: R$ 516,78
Ação: TAEE3
Preço da ação: R$ 8,91
Quantidade de ações: 58
Valor Investido: R$ 516,78
Carteira atualizada
Disclaimer: Este post não é uma recomendação de compra, até porque o blogueiro não possui certificação no mercado de capitais para indicar ativos financeiros. O objetivo da postagem é única e exclusiva no sentido de registrar meu aporte mensal e compartilhar com os leitores a saga de um pequeno investidor pessoa física na Bolsa de Valores.
11 Comentários
O painel de publicação do Blogger sofreu algumas alterações e por conta disso a edição da postagem não saiu no padrão que costumo utilizar. Algumas partes do texto a formatação saiu diferente, tentei ajustar e não consegui. Peço a compreensão dos leitores =)
ResponderExcluirOlá, eu acho que vou voltar pra versão antiga do blogger, esse painel novo é pra dispositivos móveis, mas não consigo deixar as imagens em tamanho adequado nele... painel antigo pra PC é bem melhor, eu acho.
ExcluirGostei da sua carteira, bem focada em dividendos... eu tenho muitas empresas de crescimento em carteira, acho que preciso adicionar mais algumas de dividendos, estou pensando no Bradesco, apesar de ter um pé atrás com o setor atualmente, antigamente eu gostava mais.
Abraços
Valeu, Bilionário. Voltei pro painel antigo e é bem melhor.
ExcluirA questão de empresa de crescimento x dividendos, depende do teu perfil e objetivo. Eu gosto de algumas que empresas como WEGE, RADL, , ODPV, LREN, ABEV que são excelentes empresas porém não se enquadram na minha estratégia que é focada em dividendos.
Qual o seu pé atrás com o setor bancário?
Grande Colheita!
ResponderExcluirEssa com certeza é uma excelente ação para uma carteira B&H. Como eu já possuo a ENBR e no meu último aporte adquiri a ENGIE, acabei não adquirindo TAESA (ainda, hehe).
Tenho pensado em adquirir alguma ação do segmento de saúde (como FLEURY, por exemplo), que é um segmento de grandes margens que ainda não possuo em carteira.
Abraço!
https://engenheirotardio.blogspot.com/
Fala meu amigo Enginner.
ExcluirVocê já tem uma geradora e uma distribuidora, tá faltando uma transmissora agora hehehe.
Quanto ao setor de saúde, FLRY3 é uma excelente empresa porém gosto mais do case da HYPE3.
Abraço.
Apesar de não estar em meu Portfólio é uma empresa muito boa. No setor de transmissão tenho a Alupar.
ResponderExcluirFala Beto. Alupar é uma boa empresa, porém ainda não está entregando um DY interessante comparado aos seus pares (Taesa e TRPL), mas quem sabe daqui um tempos assim que os projetos maturarem ela seja uma boa pagadora de dividendos.
ExcluirPara mim a melhor e mais segura do setor, vaca leitera como você mesmo disse. Acho o setor de transmissão absurdamente rentável e mesmo assim quase não vejo na carteira da galera a TAEE, bizarro.
ResponderExcluirNa minha carteira ainda tenho ENBR que promete MUITO nos próximos anos, além de aumentar consideravelmente nos lucros em transmissão nos próximos anos.
Fala Mr. Burns. Acredito que seja por conta da Governança, assim como a TRPL4.
ExcluirEstou em dúvida entre ENBR3 e TRPL4 pra colocar na carteira, se for olhar só DY a TRPL4 ganha fácil, mas no aspecto de segurança e potencial de crescimento, ENBR3 vence. Dúvida cruel!
Esse setor é muito interessante, um dos meus preferidos, já tenho ENBR3, EGIE3 E EQTL3, mas quem sabe dou espaço pra mais uma um dia desses ^^
ExcluirTá faltando TAEE e TRPL hehe.
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