Foca no Balanço: essencial para o investidor fundamentalista

Em meio à tanta volatilidade e intempéries na Bolsa de Valores, o que mantém o investidor firme em suas posições é saber que as empresas na qual ele investe continuam lucrativas.

Através dos balanços trimestrais, temos uma noção dessa métrica e de toda a saúde financeira das empresas. Embora considere a comparação entre balanço anual mais eficiente na avaliação da empresa, acompanhar o trimestral também é importante para o sócio.

Pois bem, a ideia aqui é expor os resultados numa visão macro, caso queiram aprofundar no balanço, segue site de Relações com investidores de ambas as empresas:

Itaú (ITUB3/ITUB4): https://www.itau.com.br/relacoes-com-investidores/Download.aspx?Arquivo=h6WQ5bq1WRA7sUz54cF52w==&linguagem=pt

BB Seguridade (BBSE3): http://www.bbseguridaderi.com.br/

Itaú Unibanco (ITUB3)

O Banco Itaú, maior banco privado da América Latina, reportou outro forte resultado nesse fechamento de trimestre.

Destaques:

  • Aumento do lucro líquido: 1,9% comparado ao 3T18 e 10,2% sobre 2018.
  • Aumento do ROE (Retorno sobre patrimônio líquido): 0,3% ante 3T18 e 1,7% sobre 2018, atingindo 23,7%.
  • Expansão da carteira de crédito para todos os segmentos (PF, PJ, etc): Apesar da nova regulação da cobrança de juros, onde linhas de juros tiveram que ser reduzidas, o banco conseguiu conhecer melhor seu cliente através do Cadastro Positivo, contribuindo desse modo no aumento de receitas provenientes de empréstimos. Somado à isso, a redução progressiva da Selic estimulou a tomada de crédito.
  • Aumento de receitas provenientes de assessoria econômica, financeira e corretagem: mesmo isentando custódia e Taxa 0 pra FIIS, por exemplo, o banco conseguiu rentabilizar através da assessoria, ou seja, orientando clientes através de suas carteiras recomendadas, promovendo o ganho com corretagem, taxa de administração em fundos de investimento e ETF.
  • Dividendos: Após a divulgação dos resultados, o banco deliberou nova distribuição de dividendos. ITAÚ UNIBANCO HOLDING S.A. ("Companhia") comunica aos seus acionistas que o Conselho de Administração, reunido em 10.2.2020, aprovou o pagamento, em 6.3.2020, dos seguintes proventos aos acionistas, tendo como base de cálculo a posição acionária final registrada no dia 20.2.2020:

  • a) dividendos complementares no valor de R$ 0,4832 por ação; e
    b) juros sobre o capital próprio complementares no valor de R$ 0,5235 por ação, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,444975 por ação, excetuados dessa retenção os acionistas pessoas jurídicas comprovadamente imunes ou isentos.
    Aprovou, ainda, que os juros sobre o capital próprio declarados pelo Conselho de Administração em 28.11.2019, no valor bruto de R$ 0,037560 por ação (líquido de R$ 0,031926 por ação), também serão pagos em 6.3.2020 aos acionistas com posição acionária final registrada no dia 12.12.2019.
    Em relação ao resultado de 2019, os acionistas da Companhia receberão R$ 1,9270 por ação, que totaliza R$ 18,8 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (líquido de imposto de renda), valor esse que equivale a 66,2% do lucro líquido consolidado recorrente do exercício de 2019.
Enfim, excelente resultado. Por mais que exista um sensacionalismo provocado pela ameaça das fintechs, sigo confiante e tranquilo na capacidade de geração de caixa do Itaú. Lembrando que o número de agências físicas foi reduzida em 8,8%, isso tudo faz parte do processo de digitalização do Banco, que vem investindo continuamente em processos para torná-lo cada vez mais digital. Portanto, acredito que o banco continuará crescendo em 2020 sobretudo impulsionado pela demanda de crédito tanto de PF e PJ apostando numa consolidação do aquecimento econômico em nosso país.

BB Seguridade (BBSE3)

A BB Seguridade, por sua vez, também reportou um resultado expressivo. Como se trata de um modelo de negócios com vários braços de receitas e para efeito de simplificação, segue quadro resumo com os principais destaques:


O lucro líquido no 4T19 da ordem de R$ 1,1 bilhão, 34,8% maior comparado ao 4T18. No total de 2019, o lucro líquido foi de incríveis R$ 4,3 bilhões, 21,3% maior do que no ano anterior. A empresa salientou que muito desse resultado é atribuído, entre outros fatores, à dinâmica favorável dos índices de inflação que atualizam os ativos e passivos dos planos definidos. 

O resultado foi tão bom que, inclusive, superou o valor estimado pelo Guidance 2019.


Com um resultado tão expressivo, a empresa deliberou pagamento de dividendos referentes ao 2T19. Simplesmente uma bolada de mais de R$ 3 bilhões, representando 83% do payout da empresa.

Aviso: distribuição de dividendos

Portanto, resultado robusto da BBSE3, enfatizando a resiliência do setor de seguros. Sigo confiante no case da empresa, na forma como é desdobrado suas fontes de receitas: seguros diversos (caso, carro, vida, etc), planos de previdência, corretora, isso tudo potencializado pela capilaridade do Banco do Brasil. 

Para 2020, a tendência é que os resultados continuem fortes, uma vez que a captação através de previdência pode ser expandida em virtude da maior procura e interesse das pessoas em fazer seu próprio plano de Previdência e também em função dos seguros, com a economia crescendo, haverá aumento de vendas de carros, por exemplo, e consequentemente maior procura por seguros de veículos. Além disso, o próprio setor de corretagem pode crescer ainda mais, dado que o BB vem fazendo campanhas diversas sobre app da Corretora, onde taxas de custódia foram zeradas , então isso pode atrair os próprios clientes do banco à operarem ativos de Renda Variável, resultando em ganhos financeiros através da corretagem.

Disclaimer: Esta postagem não se trata de recomendação de compra dos ativos citados. O objetivo é apenas divulgar e analisar os resultados das empresas que sou sócio. Lembrando que resultados passados não é garantia de resultados futuros, então fica à cargo do investidor tomar suas próprias decisões de investimento, isentando o blogueiro de qualquer responsabilidade.