Na última semana, mais precisamente no dia 30/07/2020 o Banco Bradesco (BBDC3/BBDC4) divulgou seus resultados ao mercado.
Havia uma grande expectativa por esse balanço, especialmente pelo fato dos resultados estarem atrelados aos desdobramentos da pandemia do Coronavírus, o qual teve seu ápice justamente após março, coincidindo com o segundo trimestre das empresas.
Gostaria de trazer esse resultado juntamente com o do Banco Itaú (divulgado ontem), entretanto ficaria bem extensa a apresentação. Enfim,sem mais delongas, vejamos como esse "bancão"está se saindo nessa crise.
Seguem algumas métricas de destaque no resultado, extraídos do Release de Resultados que pode ser acessado no RI da empresa.
- Crescimento da carteira de crédito: Juros baixos favorecendo a tomada de empréstimos e financiamentos por parte de empresas e pessoas físicas.
- Redução de custos operacionais: Motivado pelo fechamento de agências devido protocolos de enfrentamento ao Covid-19.
- Queda da inadimplência: Ao contrário do que muitos previam, houve uma diminuição da inadimplência, o que é excelente.
- Despesa de provisão para devedores duvidosos: Mesmo os índices de inadimplência caindo, o banco provisionou cerca de R$ 7,5 Bi, muito conservadorismo ou dinheiro sobrando mesmo? Na dúvida, aposto em ambos.
- Lucro líquido: R$ 3,8 Bi. Aumento de 3,2% comparado ao 1T2020.
- Canais digitais: Aqui cabe uma análise mais qualitativa e percepção do mercado. Percebam que a pandemia contribuiu para o avanço do digital. Apesar de muitos bancos digitais terem mérito nesse movimento, considero que as pessoas estão cada vez mais se tornando digitais, então os serviços de um modo geral precisam acompanhar isso. A diferença que vejo entre os bancos pequenos/médios para os "bancões" é a capacidade de se rentabilizar através dos seus produtos e carteira de clientes. Obviamente que podem conseguir isso ao longo do tempo, mas não dá para comparar o quanto o Bradesco consegue lucrar através dos seus clientes e ao se tornar cada vez mais digital, a tendência é que essa disparidade se torne ainda mais evidente.
Conclusão
Considero esse resultado muito bom dado as expectativas terríveis que repousaram sobre o banco e segmento bancário como um todo. Apesar de manchetes sensacionalistas apontarem queda de 40% no lucro líquido comparado ao mesmo período do ano passado o que, de fato houve, há de se considerar um componente indispensável nesse resultado: a provisão de cerca de R$ 7,5 Bi. O banco lucrou "apenas" R$ 3,8 Bi no meio da pandemia e ainda possui esse caminhão de dinheiro represado.
O fato dos indíces de inadimplência terem diminuídos também é um ótimo sinal. À medida que a economia for se recuperando certamente as receitas oriundas de empréstimos e financiamentos tendem a aumentar e aliado ao afrouxamento das medidas de combate à pandemia, o ramo de seguros do banco (que é um forte vértice de receitas) também crescerá, pois sua oferta será expandida junto aos clientes.
Portanto, sigo tranquilo como acionista, por mais que exista muito alarde no mercado, analisando os números friamente é possível perceber que o banco é uma fortaleza e certamente vai passar por essa crise como passou por tantas outras ao longo da história.
Se não tivesse ocorrido essa pandemia, certamente nós, acionistas, estaríamos recebendo um dividendo extraordinário neste mês, como é de costume. Porém, tenhamos paciência, ano que vem os humilhados serão exaltados.
2 Comentários
Bradescao da massa! Sigo com ele na lista de empresas a continuar aportando!
ResponderExcluirMuito bom o post, CdD!!!
kkkk Bradescão da massa é o tipo de ação fundamental para qualquer carteira de longo prazo, sobretudo com foco em dividendos.
ExcluirValeu One, vamo que vamo!
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